Olá
caros leitores,
O
tema do post de hoje é muito intrigante: o transtorno de personalidade
antissocial. É difícil achar alguém que nunca tenha, pelo menos uma vez, ouvido
falar sobre o assunto e acredito que muitos se identificam com o transtorno.
Antes
de dar início ao assunto, confesso que, antes de ler o texto “Neurobiologia do transtorno de
personalidade antissocial” de Del-Ben eu tinha uma ideia bastante
diferente do que era o indivíduo “antissocial”. Minha visão era apenas baseada
no individualismo, isto é, a exclusão do indivíduo em relação à sociedade, onde
este possui dificuldades e limitações nos relacionamentos interpessoais. No
entanto, o transtorno de personalidade antissocial engloba muitas outras
vertentes, além de inúmeras explicações para o surgimento de tal distúrbio.
De acordo com o texto, o transtorno antissocial, diferente do que muitos pensam, tem bases tanto psicossociais
quanto genéticas e biológicas. Como assim? Tal comportamento antissocial pode
ser originado por experiências de vida como abusos físicos e/ou sexuais na
infância, uso de drogas ilícitas, conflitos na adolescência. Além disso, a
hereditariedade (predisposição genética), deficiências em funções biológicas e
lesões cerebrais são associadas ao transtorno. O que mais me chamou atenção foi
justamente a questão das lesões pré-frontais. Nunca imaginei que um dano no
cérebro ou até mesmo na amígdala poderia causar um transtorno psicológico de
personalidade. Essa é nova pra mim! E você? Sabia disso?
O
transtorno de personalidade antissocial está relacionado ao aumento da
criminalidade e violência urbana, visto que tal deficiência psicológica tem
como principais sintomas a impulsividade, agressividade, dificuldade de se encaixar
na sociedade e comportamentos ilegais e arriscados. Neste ponto, concordo com
Del-Ben
“A identificação de
fatores de risco, tanto psicosociais como biológicos, para a ocorrência de
comportamento antisocial seria de extrema utilidade para o desenvolvimento de
abordagens efetivas de prevenção e intervenção.” (Del-Ben, C.M. (2005).
Afinal, o impacto na sociedade pode ser
fatal.
Diante
de tais fatos, ponho-me a pensar melhor sobre isso. Acredito que, de fato, os
fatores biológicos cerebrais e hereditários possuem seu valor no quesito
determinação do transtorno, mas será que isso necessariamente acontece? Digo...
Se sofro algum dano cerebral por conta de um acidente, necessariamente terei
meus comportamentos e relacionamentos sociais afetados? É algo a se refletir.
Não posso dar diagnósticos precisos, mas acredito que nem sempre isso é
verdade. Portanto, dou maior foco aos aspectos psicossociais e aos contextos
vivenciados pelo indivíduo, como defendi no último post. (Dá uma olhada lá).
Igual ao experimento do Milgram, acredito que tais fatores afetam diretamente o
comportamento social no cotidiano real. Por exemplo, consideremos uma criança
que sofre abusos sexuais constantemente, qual a chance do transtorno de
personalidade antissocial ser desenvolvido nela, isto é, da criança apresentar
comportamentos agressivos, de exclusão e tendência a cometer o mesmo crime com
outras crianças? Minha opinião é que há muita chance disso acontecer. Afinal,
experiências de vida são pontos marcantes que se fixam ao psicológico da pessoa
e afetam decisões futuras.
Apesar
da minha defesa, não descarto, obviamente, a possibilidade de o transtorno ser
proveniente de fatores biológicos como o dano cerebral. E você? Acredita nessa
relação? Se sim, até que ponto isso pode afetar mudar completamente a
mentalidade humana? Deixe seu comentário.
Segue abaixo um vídeo explicando melhor o Transtorno de personalidade antissocial.
Fonte: Youtube
Referência: Del-Ben, C.M. (2005) Neurobiologia do transtorno de personalidade anti-social, Revista de Psiquiatria Clínica, 32, 1, 27-36
Até a próxima postagem!
Data da postagem: 02/09/13


Nenhum comentário:
Postar um comentário