segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Controle ou cura?!


Olá caros leitores,
Você concorda com a frase “O remédio é a cura de tudo”? Pois é... Eu não! É sobre isso que iremos discutir na postagem de hoje. A necessidade, quase religiosa, da pílula milagrosa que é a única resposta às doenças de quaisquer tipos. No entanto, irei abordar, em especial, o distúrbio de déficit de atenção/Hiperatividade. Boa leitura!


            A crença, tanto por parte de indivíduos leigos quanto por parte dos próprios psicólogos e psiquiatras, de que o tratamento de distúrbios psicológicos a base de medicamentos é a mais adequada está cada vez mais presente e intacta na mente da sociedade. É justamente este o tópico tratado no texto “O cérebro no século XXI: como entender, manipular e desenvolver a mente” de Rose, S.
            Diante deste contexto, é possível comparar tal situação à discussão da postagem anterior do blog. Ultimamente, o desenvolvimento de pesquisas e estudos acerca das causas de doenças psicológicas traz à tona possíveis explicações sobre a influência do cérebro. Portanto, acredito que o aumento nas prescrições médicas de remédios (antidepressivos e antipsicóticos) e seu consequente consumo têm aumentando, em parte, por conta disso. Mas a questão é... Será que, de fato, essa é a melhor solução?
            Na realidade, tenho uma visão um pouco restrita quanto a isso. Acredito que os remédios podem, de fato, auxiliar no tratamento dos indivíduos. No entanto, o problema reside no seguinte: Os diagnósticos de tais doenças estão demasiadamente defasados, visto que, em muitos casos, são precipitados e sem bases teóricas que possam, de fato, confirmá-lo. Ademais, as pílulas são vistas como um mecanismo rápido e acessível e, portanto, são muitas vezes prescritos mesmo quando não são estritamente necessários. Esse fenômeno pode ser muito perigoso se for indevidamente utilizado, podendo causar dependência química, o que piora o quadro do paciente, principalmente crianças.
            E é nesse mérito que as coisas podem se complicar. As crianças! Você acha normal receitar antidepressivos para crianças menores de 10 anos?! Eu discordo plenamente! Nestes casos, os diagnósticos dados a crianças são, por muitas vezes, precipitados e errados. Tal erro Poe prejudicar a vida social e biológica seriamente. Vamos supor, por exemplo, a questão do déficit de atenção/Hiperatividade. Este é um distúrbio “comum” atualmente, isto é, muitas crianças são diagnosticadas com ele. Esse é, de fato, um dado preocupante, visto que, alguns comportamentos, distintos do normal da criança, são logo vistos como um problema sério no cérebro que deve ser, imediatamente, tratado com medicamentos. Um absurdo! Como discutido na outra postagem, acredito que o cérebro tem sua participação, mas não é a causa única, ainda mais se tratando de pequenos seres humanos. O ambiente no qual uma criança é criada e no qual ela vive tem uma influência significativamente importante, tanto que, de acordo com o texto, os casos relacionados a lesões cerebrais são raros. A mente de uma criança associa e se apega aos diversos contextos que a circundam, e por isso, deve-se aplicar o processo psicológico que a ajudará a interpretar o que, de fato, está acontecendo com ela. Meu pensamento segue as linhas de raciocínio de Rose, S, autora do texto. Segue um trecho que expressa melhor essa ideia:
“...Isso levou os críticos a descreverem o ADHD não como um distúrbio, mas como uma construção cultural, em uma sociedade que busca retirar os problemas do social para colocá-los no indivíduo.” (ROSE, S, 2006)
           É válido ressaltar que a prescrição de medicamentos, mesmo que desnecessários, é um importante instrumento de controle social.


            Em resumo, acredito que deve haver maior precaução no que se trata a saúde do ser humano. Estudar um caso em todo seu contexto e estrutura é mais que necessário, a fim de que não sejam cometidos erros que possam comprometer o indivíduo.
Diante disso, qual a sua opinião sobre o alto consumo e o consequente vício em medicamentos antidepressivos e/ou antipsicóticos? Pense em outra questão: E o uso de tais medicamentos para benefícios próprios como o dopping no atletismo? Até que ponto isso fere a ética e a moral? Deixe seu comentário.

Até a próxima postagem!

Data da postagem: 16/09/13

Referência: Rose, S. (2006) O cérebro no século XXI: como entender, manipular e desenvolver a mente. São Paulo: editora Globo.

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