sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Aprendizagem.


Olá caros leitores,
O blog de hoje vai tratar sobre técnicas de aprendizagem, mais especificamente, o sistema de instrução personalizado e monitorizado ou programado (PSI) proposto por Fred Keller. Serão discutidos os princípios deste sistema e se, de fato, é eficaz ou não. Mesmo antes de ler sobre essa técnica, você acredita que há alguma maneira de fazer com que o processo educacional seja melhor absorvido? Boa leitura!

O texto PSI - The Keller Plan Handbook (Keller, F.S; Sherman, J.G) trata sobre o sistema de instrução personalizado e monitorizado ou programado (PSI), um sistema baseado no Plano de Brasília criado na própria Universidade de Brasília (UnB). O PSI consiste tem por base os reforços e defende que cada aluno deve ter seu próprio ritmo durante o processo de aprendizagem. Basicamente, o sistema conta com a participação, além do professor, de monitores, assistentes e um instrutor. Essa disposição dá maior oportunidade ao aluno para expandir seus estudos, tirar dúvidas e conseguir compreender melhor o conteúdo abordado. Além disso, o curso que tem por base esse sistema conta com várias etapas, incluindo leituras, estudos, palestras, exposições, testes e provas finais, onde cada aluno as conclui no seu tempo, isto é, cada aluno cumpre cada etapa à medida que se sente preparado. Portanto, recebem atenção individualizada. Em cada etapa são avaliados e aconselhados pelos ajudantes sobre o conteúdo e sobre a continuação no curso, ou seja, têm a todo momento apoio deles.  Keller e Sherman descrevem o modelo por meio de algumas características:
“Há uma análise e organização da matéria no inicio; há a especificação de objetivos; há a previsão para a progressão individualizada, enquanto cada etapa básica for dominada, e há feedback para o instrutor, permitindo-lhe melhorar seu programa”. (Keller, F.S; Sherman, J.G, pg.5)

No que diz respeito à teoria do reforço, os autores dizem que os alunos e até mesmo os monitores, instrutores e assistentes respondem a reforços que são provenientes de reações do comportamento. Por exemplo, a punição a um comportamento pode causar um desestímulo aos reforços anteriormente apresentados. Tais reforços podem ser tanto secundários quanto aversivos condicionados. Os primeiros reforçam comportamentos e os segundos são aversivos ao comportamento (punição).
A meu ver, este sistema auxilia, de fato, o sucesso do processo de aprendizagem pelo simples fato de adaptar todo o conteúdo e todas as técnicas de ensino ao tempo próprio do aluno. Além disso, a disponibilidade de vários tipos de ajudantes faz com que o aluno tenha diversas fontes de conhecimento e de suporte, visto que cada um dos monitores, instrutores e assistentes tem uma função específica e, portanto, tem a capacidade de dar a atenção especial que cada um dos alunos necessita. Mais do que isso, é feito um trabalho sincero sem nenhum tipo de concorrência ou inveja, é, como dizem os autores é feito do “fundo do coração”.
 Porém focando-se em termos mais específicos o sistema não aborda somente conceitos técnicos, mas psicológicos, como a questão do estudo do comportamento e de estímulos que são fundamentais em qualquer atividade que o ser humano executa, principalmente na aprendizagem abusa do uso da mente e do cérebro. É necessária a utilização de métodos que se foquem nisso. O problema está quando mestres e professores acreditam que uma explicação rápida na lousa é suficiente e que, a partir disso, é função individual do aluno estudar e fazer a prova final, afinal, sabe-se que muitas vezes este método não funciona e o conteúdo “aprendido” é logo esquecido após a prova. Não é para menos que os autores citam algumas vantagens: “Domínio da aprendizagem, ritmo próprio, ênfase na palavra escrita, alunos monitores e uso de aulas para motivar, ao invés de fornecer informação essencial.” (Keller, F.S; Sherman, J.G)   

                     

Diante do que foi exposto, como você avalia o método de aprendizagem ao qual você foi submetido? Se tiver sido diferente do PSI, você acredita que poderia ter absorvido melhor o conteúdo que era ensinado ou não? Mas, afinal, será que é o método de ensino que interfere no modo que o aluno aprende ou é sua própria capacidade cognitiva, emocional e mental? Reflita sobre isso e deixe seu comentário!
Até a próxima postagem!
Para melhor compreensão sobre o sistema, aconselho a leitura do texto, segue o link: https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=sites&srcid=ZGVmYXVsdGRvbWFpbnx1bmJwc3l0dXJtYWd8Z3g6NjhmM2MwMTJhNmY0MzViZQ

Data de postagem: 13/12/13

Referência: KellerF.S.; Sherman, J.G. (Orgs.) (1975) PSI - The Keller Plan Handbook. Menlo Park, CA, W. A. Benjamin

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

A coragem covarde.


Olá caros leitores,
Já passou pela sua cabeça, mesmo que ligeiramente, cometer suicídio ou praticar algum ato violento com si próprio? Ou conhece alguém que já o fez ou já tentou fazê-lo? Como lidar com este tipo de situação? É sobre isso que iremos discutir hoje! O suicídio, suas causas, as formas de ajudar pessoas a lidar com essa questão e mais, sobre uma instituição específica (CVV – Centro de Valorização da Vida) que se propõe a esse papel, mesmo com pessoas desconhecidas. Boa leitura!


O texto “Prevenção do Suicídio: Um relato da Capacitação dos Voluntários do Centro de Valorização da Vida (CVV) no Município de Porto Alegre” trata sobre o tema do suicídio, descrevendo abordagens teóricas, causas e formas de auxílio às pessoas que sofrem com esse sentimento autodestrutivo. De acordo com Venturela, o suicídio é um fenômeno não causado por fatores intrínsecos aos indivíduos, mas sim aos extrínsecos a eles, como valores e padrões que fazem parte do meio social no qual estão inseridos. Este problema afeta muitas pessoas no Brasil, tanto os que cometem os crimes contra si mesmos, quanto às pessoas que os cercam. Dessa forma, é necessária a criação e manutenção de organismos governamentais e não governamentais que auxiliem projetos sociais a fim de combater tal estatística. Veremos mais adiante uma instituição sem fins lucrativos especializada neste caso, mas antes vamos entender melhor o que é o suicídio.
Ainda segundo o texto, o suicídio pode ser entendido por meio de três abordagens teóricas: sociológica, psicanalítica e humanista. A primeira defende que a ideia, anteriormente citada, de que o ato é resultado de uma influência do ambiente social no qual está inserido o indivíduo. Esta abordagem contemplou três tipos de suicídio, são esses: suicídio egoísta, altruísta e anônimo. O egoísta ocorre que quando as pessoas pensam apenas em si mesmas. O altruísta ocorre quando as pessoas também pensam em si, mas estão inseridas em um grupo social. Já o anônimo, as pessoas não estão inseridas em um grupo social, mas dão valor apenas às questões externas a elas. Isso é denominado pela autora como anomia, um fenômeno que ocorre quando o individuo não entra em consonância com as normas da sociedade.
A abordagem psicanalítica, por sua vez, apresenta o conceito da melancolia, estado psicológico responsável pela prática do suicídio, isto é, o sentimento de perda e o luto incentivam às pessoas a cometerem o suicídio.
Já o olhar humanista, abordagem defendida pela autora, defendem a Abordagem Centrada na Pessoa, ou seja, teoria que diz que cada ser humano é responsável por seu próprio crescimento e desenvolvimento, quando livre de ameaças. Defenda ainda a tendência atualizante, que diz que “o indivíduo que pensa em suicídio estaria momentaneamente caminhando na contramão de seu instinto para a vida” (Venturela, P.D. (2011). Nesse sentido, são citadas certas características demonstradas pelos indivíduos: autodeterminação, autorealização, percepção da realidade objetiva, autoconceito e incongruência.
Para tanto, a autora cita ainda outro componente da Abordagem Centrada na pessoa (ACP) essencial para a ajuda às pessoas que já consideraram ou consideram a morte como a última solução. Esse componente é a Relação de Ajuda que propõe condições para facilitar o diálogo entre as pessoas necessitadas e os voluntários. A primeira é a compreensão empática que defende que o ajudante deve se inserir completamente no mundo do outro para conseguir refletir e entender o que este sofre para, dessa forma, ajudá-lo. No entanto, não deve esquecer o seu “eu”, isto é, é algo momentâneo. A outra condição é a consideração positiva incondicional que diz que o ajudante tem de aceitar, não necessariamente aprovar, o que o outro diz.  E por último, mas não menos importante, é a congruência, a condição em que o facilitador deve ser verdadeiro para com seu necessitado.
Após este breve resumo do texto, inicio a exposição do meu ponto de vista acerca do assunto. Acredito no poder da mente e na influência do meio social o qual convivemos diariamente. O ser humano é suscetível a consumir coisas boas e ruins, principalmente ruins, que estão constantemente a sua volta. Portanto, defendo que experiências e contextos por nós vividos são capazes de mudar nossa mente e pensamento, de forma a nos levar a condições extremas, como a nossa própria morte. Dessa forma, não há melhor forma de combater o suicídio se não com tratamentos que trabalhem com o poder da mente, visto que é ela que absorve os impactos negativos da sociedade e, portanto, do meio externo. Neste ponto também se insere a questão defendida pela abordagem psicanalítica, isto é, a melancolia. Esse espírito de estado nada mais é que um sentimento frustrante advindo de um choque externo ao indivíduo.
No que diz respeito às técnicas de ajuda, acredito que são convenientes, visto que propiciam condições aos ajudantes para se assimilarem aos necessitados, a fim de entenderem o que se passa em suas mentes, uma vez que essa é a melhor forma de ajuda. Os ajudantes devem           “sentir” tais sentimentos, pois só assim são capazes de impulsionar os necessitados a promoverem sua própria cura. Tais ensinamentos são utilizados no Programa CVV de Prevenção do Suicídio do Centro de Valorização da Vida que é uma instituição sem fins lucrativos que se propõe a ajudar aqueles que necessitam de ajudas mentais. Os candidatos a voluntários passam por inúmeros processos de treinamento para aperfeiçoarem a impessoalidade e pessoalidade nas sessões. 
“Dentre os vários motivos de sofrimento, um dos mais citados é a solidão, podendo estar associada ao abandono de fato. A razão não importa aos voluntários, que não as deve mensurar, mas, sim, ir ao encontro deste sofrimento, colocando-nos lado a lado da outra pessoa” (Venturela, P.D. 2011. Pg.42)

Se suicidar é coisa séria, é um problema de saúde pública e não tem volta.  É possível curar tais pensamentos negativos e frustrantes, mas nós seres humanos não conseguimos tais proezas sozinhos, é necessário ajuda. Para tanto, cabe ao governo promover a criação de novas instituições que tenham este objetivo.
O que deve passar na cabeça de alguém prestes a se matar? O suicídio é algo racional ou puramente emocional? De que forma é possível curar uma mente transgredida por influencias negativas do meio social (sociedade)? Deixe seu comentário e até a próxima postagem!
Segue abaixo um pequeno vídeo sobre o CVV.
                               

Data de postagem: 06/12/13

Referência: Venturela, P.D. (2011) Prevenção do Suicídio: Um relato da Capacitação dos Voluntários do Centro de Valorização da Vida (CVV) no Município de Porto Alegre. Monografia. UFRGS.

sábado, 30 de novembro de 2013

Afinal, Freud explica!



Olá caros leitores,
A postagem de hoje irá tratar sobre um assunto um tanto quanto diferente dos que já vem sendo discutido no blog. Quais são os limites para se alcançar a felicidade? E de que forma a religião e a cultura interferem no alcance e na estabilidade de nossa própria felicidade?
                                           
Discute-se no texto “O mal estar na cultura” inúmeros valores referentes à felicidade humana. Em um primeiro momento, Freud debate sobre como a religião afeta os aspectos intrínsecos aos indivíduos. A religião, para ele, é responsável por esclarecer enigmas e por auxiliar em diversos aspectos da vida. Vida esta que é árdua e provoca inúmeras decepções. E a partir disso, o autor coloca em pauta a questão da finalidade da vida humana, sendo esta apenas decifrada a partir da religião até então discutida. Relacionado a isso, Freud associa a finalidade da vida humana com o princípio do prazer. E é a partir de tal ponto que se inicia o tema aqui proposto.
 Para Freud, o prazer é um estado inalcançável, visto que existem vários empecilhos, como: sofrimento a partir do próprio corpo, a partir do mundo externo e a partir das relações com outros seres humanos. Dessa forma, os seres humanos tendem a se autoprotegerem de tais ameaças se distanciando dos outros ao redor, isto é, praticando a quietude. Mas, ao ver de Freud, a melhor forma de se proteger seria influenciando o próprio organismo, visto que este é o que mais sente o sofrimento. Outro modo seria o método químico, a intoxicação. O que você acha sobre isso? Discutiremos mais a frente. Ademais, para Freud, a beleza é um fator decisivo na felicidade dos indivíduos, mas porque esta é proveniente das qualidades do objeto sexual.
Um ponto interessante trazido pelo autor é que o princípio do prazer, isto é, a felicidade aproxima-se de um ideal utópico, irrealizável. No entanto, não se deve deixar de almejá-la e tentar alcançá-la.
No que diz respeito à cultura, Freud é claro em dizer que esta pode ser um fator negativo na jornada em se alcançar a felicidade, visto que ela é muitas vezes responsável por influenciar a sociedade a causar frustração em nos indivíduos através de praxes e estereótipos pré-estabelecidos.
Com base no que defendeu Freud, concordo que a melhor forma de nos protegermos de ameaças externas provenientes das relações com outros indivíduos é a partir do “tratamento” de nosso próprio organismo psicológico. Afinal, aspectos psicossociais são os principais responsáveis pela sensação do sofrimento sentido pelo indivíduo. Particularmente, não concordo com o método químico proposto por Freud. Acredito que substâncias químicas não influenciam no sentimento real de prazer, mas sim uma falsa sensação de bem-estar que se mostra momentânea. O motivo pelo qual muitos são adeptos a este é que o processo de consumo afeta não só o corpo falsamente, mas também a mente, uma vez que provoca a sensação de independência e superação. Portanto, continuo dando crédito ao aparelho psíquico, visto que somos responsáveis por satisfazer os impulsos que nos levam à felicidade. Dessa forma, acredito que a religião tem um papel importante, já que é responsável por nos guiar diante de tais conflitos e, portanto, interfere em nossos processos psíquicos interiores. Portanto, cabe a cada um de nós descobrirmos como alcançar a felicidade.
A partir disso, questiono-o: Você acredita que a religião pode atuar como auxiliadora no entendimento da vida e na busca pela felicidade? Além disso, nós, seres humanos, temos a capacidade cognitiva e emocional de alcançar o prazer por conta própria sem a interferência da religião, cultura ou amor? E será que ela é eterna?
Toda decisão extrema implica a punição de expor o indivíduo a perigos que a insuficiência da técnica de vida escolhida com exclusividade traz consigo. Do mesmo modo que o comerciante cauteloso evitar investir todo o seu capital num só lugar, assim talvez a sabedoria de vida também aconselhe a não esperar toda satisfação de uma só aspiração. (Freud)
Até a próxima postagem!

Data de postagem: 30/11/13

Referência: Freud, S (2010) o mal estar na cultura. Porto Alegre:L&PM

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Somos todos iguais!

Olá caros leitores,
Diversidade cultural. Você é a favor de práticas que defendem a gestão da diversidade? Quais são suas atitudes em relação a isso? É sobre esse assunto que irei tratar hoje no blog. Além disso, abordarei os dois lados da história: o lado a favor e o lado contra. Boa leitura!

Fonte: Google
É visível que as práticas de diversidade são cada vez mais estudadas, aceitas e, principalmente, adotadas no âmbito organizacional brasileiro, visto que o Brasil é um país de inúmeras raças, gêneros, nacionalidades, religiões etc., oriundas de diversas partes do mundo, isto é, um país cada vez mais heterogêneo. No entanto, não é possível negar que seja uma prática um tanto quanto complexa, e, portanto, exige uma gestão bem planejada e estruturada a fim de adaptar, da melhor forma possível, a “força de trabalho” de trabalhadores com resultados favoráveis da organização. Diante disso, há quem seja contrário à ideia da inserção de práticas de diversidade a nível organizacional.
De acordo com o texto “Ser ou não ser favorável às práticas de diversidade? Eis a questão.”, são as atitudes as responsáveis pelo “lado” no qual os indivíduos se inserem no que diz respeito às práticas de diversidade, afinal, atitude é um determinado posicionamento do indivíduo diante de alguma questão caracterizada por julgamentos e comportamentos positivos ou negativos. Tais atitudes são diretamente proporcionais aos interesses, muitas vezes pessoais, de nós, indivíduos. Portanto, diante do fato apresentado, muitas posições relativas às práticas de diversidade são relacionadas aos interesses próprios, isto é, a defesa à diversidade dentro do local em que eu estudo ou que trabalho me trará benefícios? Ou pior, será desfavorável para mim? Eis a questão! No entanto, é possível que aconteça o contrário. Uma atitude positiva por mais que não haja nenhum benefício direto.
A partir disso, Pereira e Hanashiro apresentam um modelo que relaciona atitudes de aceitação e atitudes de rejeição, portanto, farei uma breve revisão.

Fonte: Texto Ser ou não ser favorável às práticas de diversidade? Eis a questão.


O quadrante I apresenta a aceitação com base na justiça social, defendida por aqueles que não são beneficiados pelas práticas de diversidade pelo fato de acreditarem que grupos menos favorecidos na sociedade, como mulheres, negros e portadores de necessidades especiais, merecem seu espaço. O quadrante II está relacionado à aceitação pela obtenção de ganhos, defendida por aqueles por aqueles que são beneficiados pelas práticas e, portanto, pensam em prol do benefício próprio. O quadrante III relaciona-se à rejeição com base na discriminação reversa. Neste caso, os que rejeitam as práticas de diversidades sentem-se ameaçados pelas pessoas “diferentes”, isto é, receio de que possam ser prejudicados. Por fim, o quadrante IV apresenta a rejeição com base no receio ao estigma, isto é, a rejeição daqueles que são beneficiados pelas práticas, mas que se sentem inferiorizados por terem programas que defendam seu direito.
Após esta breve explicação, insiro-me em tal contexto. A meu ver, acredito que me encaixaria no quadrante I, visto que, apesar de não ser beneficiada por tais práticas de diversidade, defendo a inclusão, na sociedade e, consequentemente, no ambiente organizacional, daqueles que, por algum motivo, são vistos com certa inferioridade perante outros indivíduos. No entanto, acredito que esta inserção deve ser feita da forma mais justa possível, isto é, garantir direitos e bem-estar aos inferiorizados sem, porém, afetar os direitos e o bem-estar dos considerados “normais” pela sociedade, ou seja, os que não são beneficiados diretamente pelas práticas de diversidade. Concluo, portanto, que práticas à diversidade devem sim ser incluídas em organizações a fim de que o preconceito ou qualquer outro julgamento inadequado possa afetar as relações interpessoais e, consequentemente, o sucesso destas, não só financeiro, mas humano, ético e moral. Para tanto, é necessário que se trabalhe individualmente com cada indivíduo que faça parte do contexto ambiental.


“O conhecimento das reações destes indivíduos, assim como as dos demais, é de fundamental importância para a implantação, desenvolvimento de programas ou modelos mais efetivos de gestão da diversidade.” Pereira, J. B. C., & Hanashiro, D. M. M. (2010).

Para finalizar, questiono-os: O que nos leva a ter uma atitude negativa no que diz respeito às práticas de diversidade? Medo, ameaça, egoísmo, experiências impactantes?! E atitude positiva? De que forma isso exerce influência real na implantação destas em organizações? E ainda, é possível que tal implantação tenha efeito, de fato, em nossos aspectos morais? Por fim, “Ser ou não ser favorável às práticas de diversidade?” Eis a questão! Deixa seu comentário.
Até a próxima postagem!
“Tudo é raro, nada é comum,
Diversidade é a sentença.”
(Diversidade – Lenine)


Data de postagem: 15/11/13
Referência: Pereira, J. B. C., & Hanashiro, D. M. M. (2010). Ser ou não ser favorável às práticas de diversidade? Eis a questão. Revista de Administração Contemporânea14(4), 670-683.





sábado, 26 de outubro de 2013

Dissonância Cognitiva



Olá caros leitores,
Hoje o post vai falar sobre: dissonância cognitiva. Não é um nome muito comum de se escutar, no entanto, é um tema que diz muito sobre o comportamento incoerente nos seres humanos.  Além disso, é um fenômeno que está presente constantemente no nosso dia-a-dia e dificilmente percebemos.


Fonte: Google Images

De acordo com Festinger, em seu livro Teoria da Dissonância Cognitiva”, nós, seres humanos, tendemos construir um estado de coerência entre nossos conhecimentos (sobre nós mesmos, sobre nosso comportamento e sobre o meio que nos cerca) nossas atitudes, isto é, transpassar para nossas ações comportamentais o que, de fato, achamos correto ou não. Mais especificamente, Festinger propõe que a teoria da dissonância cognitiva baseia-se na “existência de relações discordantes entre cognições” (FestingerL; 1975). Para melhor compreensão, consideremos um exemplo clássico: Nós, mulheres (pelo menos grande parte), temos o constante anseio de emagrecer. No entanto, muitas de nós não se conscientizam de que para isso deve ser feita uma reeducação alimentar e um planejamento de exercícios e, portanto, continuam a comer e a não se exercitar. A dissonância cognitiva explica tal “contradição”, ou seja, apesar das crenças e opiniões acerca do corpo perfeito, as ações comportamentais de muitas mulheres entram em conflito com tais julgamentos de valor. A mesma coisa acontece com o cigarro. Apesar da noção de que é prejudicial à saúde, o consumo verificado é cada vez maior. Outro ponto interessante é que, em muitos casos, a dissonância tende a ser disfarçada através de “desculpas”.
No entanto, de acordo com a teoria, tal dissonância sofre pressões constantes para ser reduzida e se alcançar um estado de consonância, da mesma forma que a sede tende a ser reduzida pelo consumo da água.  Portanto, há duas formas de se reduzir ou eliminar completamente a incoerência entre cognições. A primeira consiste na mudança de comportamental, isto é, a opinião sobre determinado tópico continua a mesma, mas a resposta comportamental se adéqua a tal opinião. No caso dos exemplos, as mulheres passariam a comer corretamente e a praticar exercícios, enquanto que os fumantes deixariam de fumar. A segunda forma seria o contrário, ou seja, a mudança é aplicada nos conhecimentos e crenças sobre o assunto tratado em cada caso específico. Nessa segunda opção é fácil de enxergar o probleminha das “desculpas”. Como assim? A partir do momento que as famosas desculpas tomam conta do consciente do indivíduo, eles tendem a vê-las como verdadeiras e, portanto, mudam sua opinião. No caso do cigarro, isso é bastante perceptível. Imaginemos que o fumante cria tantas desculpas para o uso do cigarro que passa a acreditar nelas e se convencer que, de fato, o consumo do cigarro não traz malefícios e, portanto, entra em consonância.
Existem, ainda, muitas questões que envolvem a dissonância cognitiva, como as causas e fatores específicos que envolvem a redução da mesma. No entanto, concentrar-me-ei no que diz respeito ao geral da dissonância e como isso afeta o comportamento humano.
Um ponto interessante de se inserir o tema da dissonância cognitiva é no experimento de Milgram, assunto da primeira postagem. Será ela é a responsável pelo comportamento estranho dos indivíduos que continuaram a dar choques? Acredito que sim! Apesar de terem uma crença e um princípio de vida associado ao não malefício a outrem, eles apresentaram um comportamento completamente dissonante com o que acreditavam, portanto, não é possível tirar conclusões concretas acerca da personalidade como causa direta de tal comportamento, visto que existe o fenômeno da dissonância para explicar a incoerência entre as cognições associadas à mente e as cognições comportamentais. Diante disso, acredito que, o contexto e experiências passadas são dois grandes motivadores da existência de tal fenômeno, pois são capazes de associar acontecimentos anteriores e acontecimentos do momento e, através disso, modificar completamente um pensamento anteriormente construído. É o caso das mulheres e dos fumantes. São muitos fatores psicossociais envolvidos em tal processo.
Partindo de tal pressuposto, acredito que seja necessária, por nossa parte, a tentativa de controle sobre nossos aspectos emocionais e comportamentais, visto que são aspectos que influenciam demasiadamente nossa inserção no contexto da sociedade e que são responsáveis por tais interações e conflitos sociais. No meu ponto de vista, não existe uma regra em modificar nossa cognição psicossocial ou nossa cognição comportamental, necessariamente. Na realidade, tudo deve ser ajustado de acordo com o contexto em questão sempre ansiando o nosso bem-estar.
E você? Acha que temos que mudar nossas crenças, nosso modo de agir ou nenhuma das duas? Além disso, você acredita que a dissonância cognitiva diz, implicitamente, que somos dois em um só? Reflita a respeito e deixe seu comentário.
Abaixo segue um vídeo sobre a dissonância cognitiva de Leon Festinger. Vale a pena conferir para melhor compreensão do tema.

                                                             Fonte: Youtube                         
 Até a próxima postagem!

“Ser ou não ser? Eis a questão!”
William Shakespeare


Data da postagem: 26/10/13

Referência: FestingerL. (1975) Teoria da Dissonância Cognitiva, Rio de Janeiro: Zahar. 

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

O comportamento humano não caminha sozinho.

Olá caros leitores,
“Como conhecemos as pessoas com as quais interagimos?”, “Como influenciamos as pessoas ou somos influenciados por elas?”, “Atitudes sociais: nossos sentimentos pró e contra objetos sociais” e “Por que somos agressivos e quando ajudamos os outros?” são algumas perguntas que por vezes rondam nossos pensamentos e nos intrigam. Que tal entender um pouco o porquê de determinados comportamentos humanos e como nossa mente e o nosso redor os influenciam. 
            Tais questionamentos acima citados compilam os títulos dos capítulos do texto “Psicologia social para principiantes: estudo da interação humana” de Rodrigues, A. Tais capítulos refletem, basicamente, sobre comportamentos humanos, inéditos ou não, e que nos ajudam a ter maior conhecimento sobre ações que nós mesmos praticamos no dia-a-dia ou ações que frequentemente percebemos em outras pessoas.
            O capítulo 2 trata-se, basicamente, das interações e relações que ocorrem entre os seres humanos, e como agimos e pensamos sobre isso. O que nos vem à cabeça quando vemos um indivíduo totalmente distinto a nós, no que diz respeito à indumentária, ao cabelo, às ações? O que determinam tais pensamentos, sensações e “julgamentos”? De acordo com o texto, os indivíduos vivem em constante interação uns com os outros e, portanto, vivem em constante percepção social de comportamentos, gestos, ações, e etc. Isto é, as intenções dos outros que dizem muito a respeito destes. A partir disso, é comum que sejam feitas inferências, corretas ou não, sobre tais intenções, como estereótipos, preconceitos e atribuições. De fato, isso é comum a nossos ouvidos. Quando iniciamos uma interação ou relação, por mínima que seja, nosso instinto e mente se acendem e provocam inúmeros pensamentos e formações de juízos de valor sobre os outros indivíduos. Os estereótipos, como citado anteriormente, são teorias que formamos acerca de grupo, como por exemplo, nordestinos, punks e etc. O preconceito também se baseia na formação de teorias. No entanto, são teorias negativas, como preconceito com negros, baianos, judeus, e etc. E a atribuição consiste no processo de atribuir causas às ações dos outros.
            A atribuição é um processo interessante, visto que, em muitos os casos, atribuímos causas distintas entre nossas ações e as ações de outrem. Como assim? Quando cometemos um erro digno de vergonha ou arrependimento, atribuímos tal erro não à nossa culpa, mas sim a fatores externos. No entanto, quando tal atribuição é feita a outros, é normal a culpa seja atribuída à fatores internos da pessoa, isto é, ao intrínseco desta. Isso é explicado pela tendenciosidade auto-servirora, no qual temos a tendência que nos “auto protegermos”.
            É interessante perceber que inúmeros fatores cognitivos são responsáveis por nossas percepções do mundo e da sociedade. No entanto, por esse alto número de fatores, tendemos a cometer erros no que diz respeito ao julgamento que fazemos de outros indivíduos e de nós mesmos. Talvez isso explique o porquê de tantos conflitos existentes entre as pessoas desde a antiguidade até os dias de hoje.
            Outro aspecto de relevância percebido nas relações e interações humanas é a influência que um indivíduo tem sobre o outro; seja pai, mãe, professor, amigo. É perceptível que muitos comportamentos da sociedade são, de fato, guiados pelo poder de influência de outrem. Suponhamos um aluno exemplar que, influenciado por seus amigos, mata aula na escola, por mais que não tenha vontade e que nunca tenha passado por tal experiência antes. É claro que o comportamento do aluno foi totalmente induzido e modificado pelos colegas.
            De acordo com French e Raven, existem seis tipos de poder de influência altamente observáveis na sociedade. Poder de coerção (ameaças e punições); poder de recompensa; poder legítimo (o indivíduo que sofre a influência reconhece a legitimidade existente nas ordens); poder de conhecimento (confiança no conhecimento do dominador); poder de referência (referência positiva) e, por fim, o poder de informação (poder de convencimento com base na informação).
Com base em tais poderes, existem três formas de se executar o processo de persuasão.
1)      O princípio do contraste
2)      A regra da reciprocidade
3)      Comprovação social
O princípio do contraste baseia-se na capacidade do indivíduo em apresentar uma situação mais grave da cometida por ele, e depois expor a verdade, a fim de amenizar seu próprio erro. Suponhamos um exemplo de um jovem que chega a casa e diz que bateu o carro do pai e houve um grande estrago. Provavelmente, o pai irá ficar muito bravo. Após isso, o jovem explica que foi apenas um pequeno arranhão. Isso deixará o pai mais calmo, e, portanto, ele tenderá a pensar que o erro do filho foi mínimo, sem necessidade de punições.
A regra de reciprocidade diz que a influência ocorre quando passamos a ideia de necessidade de retribuição a outrem. Por exemplo, quando uma menina pede um vestido emprestado à irmã com a desculpa de que ela mesma já havia emprestado um sapato na noite anterior e que, portanto, a irmã tem a obrigação de emprestar-lhe o vestido também.
A comprovação social é baseada na pressão social que alguns indivíduos exercem sobre o outro, a partir do momento em que demonstram que existem outros indivíduos que concordam com ele, isto é, a “maioria” influencia a pessoa a agir de determinada forma. Aqui podemos incluir o exemplo do aluno que matou aula, anteriormente citado.
Atitude! Você tem?! A atitude é nada mais, nada menos que uma posição social (pró ou contra) que temos em relação a uma pessoa, a um acontecimento, a um sistema e etc. A atitude é um aspecto psicológico que também nos ajuda a explicar os inúmeros comportamentos humanos.  De acordo com Rodrigues, a existência da atitude é capaz de influenciar o modo que um indivíduo irá se comportar, visto que é distinta para todas. Isso acontece da seguinte forma: Primeiramente há o componente afetivo que ativa tal sentimento a favor ou contra determinado objeto social. Em seguida, ocorre a formação de pensamentos em relação ao objeto e, por fim, a resposta comportamental do indivíduo que é compatível ao sentimento inicial.

Para finalizar, o capítulo 8 de “Psicologia social para principiantes: estudo da interação humana” aborda uma questão interessantíssima. O que nos faz ser agressivos ou altruístas? Será uma má índole, nossa educação, nossa mente, nosso corpo ou nosso cérebro? Ou, simplesmente, nenhuma das outras opções? É com base nisso que iremos refletir!


O comportamento agressivo é resultado da intenção de ferir alguém. O que causa esse impulso? De acordo com o texto, existem inúmeras causas a serem atribuídas a tal fenômeno. Causas psicológicas, neurológicas, sociológicas, ambientais, etc., no qual estão inseridos métodos como a aprendizagem. Do meu ponto de vista, a agressividade, apesar de parecer o contrário, é um processo complexo no qual estão envolvidos muitos fatores de alta relevância. Primeiramente, como defendo há alguns posts, acredito que os fatores situacionais e experiências vividas pelo individuo possuem uma relação diretamente proporcional à agressividade, isto é, as condições psicológicas e ambientais propicias à agressividade, causam forte influência no desenvolvimento desta na pessoa. Além disso, a educação recebida é um fator que afeta na personalidade de todos nós e que, portanto, pode, também, propiciar o surgimento do comportamento agressivo. Imagine um garoto que sofre abuso físico de seu padrasto. Essa situação é demasiadamente chocante e forte para o menino, fato este que pode causar o desenvolvimento de tal comportamento agressivo, mesmo que o garoto não tenha intenções iniciais de causa mal a outrem. Neste exemplo, entra também a questão da aprendizagem, isto é, uma sucessão de ações agressivas contra o menino podem ser assimiladas e aprendidas. Por fim, acredito que o comportamento altruísta segue os mesmos princípios.
De fato, somos influenciados por muitos fatores que determinam nosso comportamento na sociedade independente da nossa vontade. E é a psicologia social que nos ajuda a entender melhor tais aspectos tão presentes em nossa vida. No entanto, acredito que a auto-reflexão é um processo de relevância, o qual devemos executar todos os dias, a fim de que possamos entender o que se passa conosco e, dessa forma, evitar algum conflito que venha a surgir nas interações com outros seres humanos.
Será que, de fato, somos capazes de parar e controlar nossos atos sem a influência sem a influência de fatores sociais e psicológicos? De que forma isso seria possível? E como utilizar isso para o bem e não para o mal? Pense a respeito e deixe seu comentário.

“Muitos comportamentos de ajuda podem ser aprendidos”
Rodrigues, A. (1992

Abaixo seguem dois vídeos que dizem respeito à capacidade de convencimento dos indivíduos, e outro sobre preconceito, esteriótipo e discriminação.

 
Fonte: Youtube

Postagem: 18/10/13

Referência: Rodrigues, A. (1992Psicologia social para principiantes: estudo da interação humanaRio de JaneiroVozes. 

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Estímulo - Resposta


Olá caros leitores,
Hoje a postagem irá abordar um assunto relacionado às drogas. Mais especificamente, relacionado às explicações sobre como se determinam certos comportamentos por estímulos extrínsecos e intrínsecos ao indivíduo, e alheios ou não à sua vontade. Além disso, será discutida a importância de tratamentos antidrogas que utilizam tais princípios.

                             Fonte: Google

            O condicionamento pavloviano. É sobre tal tema que se trata o texto Drug tolerance, drug addiction, and drug anticipation” De Siegel, S. Basicamente, a obra aborda aspectos relacionados ao uso de drogas, como os efeitos da mesma quando associados ao condicionamento. Primeiramente, o que vem a ser esse tal condicionamento? Este é um termo que foi muito estudado por Ivan Pavlov (Daí o nome pavloviano) e que significa uma associação entre eventos e ações, baseado em um princípio de estímulo-resposta. Para facilitar o entendimento, irei explicar de acordo com o texto. Segundo Siegel, o comportamento de determinado indivíduo por conta do efeito das drogas, pode se dar através de estímulos. Estímulos condicionados e incondicionados. Os estímulos condicionados são aqueles aprendidos, isto é, são pistas de determinado ambiente que associados, intrinsecamente, às drogas, provocam reações semelhantes às reações de quando a droga é, de fato, consumida. Confuso, não? Tomemos a seringa como exemplo de um estímulo condicionado. Para um dependente de tais substâncias, é possível que a seringa provoque reações no organismo deste indivíduo, mesmo que ele não tenha, literalmente, consumido a droga. Isso ocorre devido à associação que é feita pelo viciado, ao longo do consumo da droga, entre a seringa e o uso da droga. Portanto, é um estímulo “aprendido”. Em contraposição, Siegel cita os estímulos incondicionados (não-aprendido), ou seja, os estímulos involuntários, que, no caso, é o próprio efeito da droga no organismo.
            A partir de tais considerações, o condicionamento pavloviano defende a ideia de que para cada estímulo existe uma respectiva resposta (condicionada e incondicionada). No caso estudado, tais respostas servem como amenizadoras dos efeitos negativos das substâncias. A resposta incondicionada, como representado na figura, é origem do estímulo incondicionado. No entanto, a resposta compensatória condicionada é um “reflexo” da associação entre os dois tipos de estímulos. “Estas respostas compensatórias condicionadas medeiam o desenvolvimento da tolerância por contrabalancearem o efeito das drogas” (Siegel, S. 2005).
            Diante de tais fatos, foi feito um teste pra avaliar a influência do ambiente e do contexto sobre a tolerância às drogas (diminuição gradativa do efeito). De acordo com o esquema abaixo, é possível perceber que, inicialmente, foi administrada a droga em determinado organismo em um determinado ambiente A, em fase de desenvolvimento da tolerância. No teste, a droga foi novamente aplicada no ambiente A, a uma taxa muito maior, e, além disso, foi aplicada em um segundo ambiente B. A conclusão foi a seguinte: No ambiente A, as respostas compensatórias condicionadas amenizaram o efeito da droga e houve, então, a tolerância. No ambiente B, ocorreu o contrário, isto é, não houve tolerância aos efeitos da droga.
             
          
Fonte: Texto Drug tolerance, drug addiction, and drug anticipation

Com o intuito de explicar tal fenômeno, irei citar um exemplo. Imagine um determinado funcionário que, as sextas e aos sábados, se encontre com um grupo de amigos na casa de um deles, e faça uso de uma alta dose de drogas ilícitas. Seguramente, o ambiente no qual o indivíduo está inserido, junto a outros fatores/estímulos condicionados são responsáveis pela “boa” situação deste. Agora imagine que este mesmo rapaz seja convidado para ir à igreja com sua família e, no meio da missa, sentindo necessidade de consumir a mesma quantidade de droga antes consumida, vai para um local isolado para assim fazer uso dela. Será que o efeito é o mesmo?  Não! E é isso que tal modelo explica. O efeito no local isolado não será o mesmo, será pior. Isso ocorre devido ao fato de que o indivíduo não se encontrava no ambiente associado ao uso de drogas, onde não havia pistas, como a presença dos amigos e outras. Tecnicamente falando, a falta de estímulos condicionados resultou na maximização do efeito da droga, e consequentemente, não houve a tolerância.
            Tal fenômeno é importante para que haja uma melhor compreensão sobre os outros temas abordados nas outras postagens. O contexto como influência direta no comportamento do ser humano. Acredito que, de fato, o ambiente, o contexto, experiências passadas, pensamentos, ideias e percepções exercem tamanho impacto sobre as ações dos indivíduos. No que tange o texto, tal estudo é utilizado, justamente, no tratamento do vício de drogas, isto é, a própria mente humana junto aos fatores contextuais é utilizada para combater a dependência. Isso comprova, mais uma vez, o poder da mente e a enorme influência dos aspectos contextuais na vida do ser humano.
            De fato, a nossa mente e o mundo que nos rodeia são pontos intrigantes. Às vezes, é difícil refletir sobre isso. Mas considerando o que foi apresentado, você acredita que é possível o ser humano ter total autocontrole sobre si mesmo, e ignorar todos esses “estímulos”? Por exemplo: “Eu irei fazer uso de drogas ilícitas em ambientes variados e não sentirei nada demais”. Será que é possível? Se sim, seria isso uma “tremenda” evolução da espécie humana ou seria algo “normal”? Deixe seu comentário!
Até a próxima postagem!

Data de postagem: 08/10/13

Referência: SiegelS. (2005). Drug tolerance, drug addiction, and drug anticipationCurrent Directions in Psychological Science, 14, 296-300.