Olá
caros leitores,
“Como conhecemos as pessoas com as quais
interagimos?”, “Como influenciamos as pessoas ou somos influenciados por
elas?”, “Atitudes sociais: nossos sentimentos pró e contra objetos sociais” e
“Por que somos agressivos e quando ajudamos os outros?” são algumas perguntas
que por vezes rondam nossos pensamentos e nos intrigam. Que tal entender um
pouco o porquê de determinados comportamentos humanos e como nossa mente e o
nosso redor os influenciam.
Tais questionamentos acima citados
compilam os títulos dos capítulos do texto “Psicologia social para principiantes: estudo da interação humana” de Rodrigues, A. Tais capítulos
refletem, basicamente, sobre comportamentos humanos, inéditos ou não, e que nos
ajudam a ter maior conhecimento sobre ações que nós mesmos praticamos no
dia-a-dia ou ações que frequentemente percebemos em outras pessoas.
O capítulo 2 trata-se, basicamente,
das interações e relações que ocorrem entre os seres humanos, e como agimos e
pensamos sobre isso. O que nos vem à cabeça quando vemos um indivíduo
totalmente distinto a nós, no que diz respeito à indumentária, ao cabelo, às
ações? O que determinam tais pensamentos, sensações e “julgamentos”? De acordo
com o texto, os indivíduos vivem em constante interação uns com os outros e,
portanto, vivem em constante percepção social de comportamentos, gestos, ações,
e etc. Isto é, as intenções dos outros que dizem muito a respeito destes. A
partir disso, é comum que sejam feitas inferências, corretas ou não, sobre tais
intenções, como estereótipos, preconceitos e atribuições. De fato, isso é comum
a nossos ouvidos. Quando iniciamos uma interação ou relação, por mínima que
seja, nosso instinto e mente se acendem e provocam inúmeros pensamentos e
formações de juízos de valor sobre os outros indivíduos. Os estereótipos, como
citado anteriormente, são teorias que formamos acerca de grupo, como por
exemplo, nordestinos, punks e etc. O preconceito também se baseia na formação
de teorias. No entanto, são teorias negativas, como preconceito com negros,
baianos, judeus, e etc. E a atribuição consiste no processo de atribuir causas às ações dos outros.
A atribuição é um processo
interessante, visto que, em muitos os casos, atribuímos causas distintas entre
nossas ações e as ações de outrem. Como assim? Quando cometemos um erro digno
de vergonha ou arrependimento, atribuímos tal erro não à nossa culpa, mas sim a
fatores externos. No entanto, quando tal atribuição é feita a outros, é normal
a culpa seja atribuída à fatores internos da pessoa, isto é, ao intrínseco
desta. Isso é explicado pela tendenciosidade auto-servirora, no qual temos a
tendência que nos “auto protegermos”.
É interessante perceber que inúmeros
fatores cognitivos são responsáveis por nossas percepções do mundo e da
sociedade. No entanto, por esse alto número de fatores, tendemos a cometer
erros no que diz respeito ao julgamento que fazemos de outros indivíduos e de
nós mesmos. Talvez isso explique o porquê de tantos conflitos existentes entre
as pessoas desde a antiguidade até os dias de hoje.
Outro aspecto de relevância
percebido nas relações e interações humanas é a influência que um indivíduo tem
sobre o outro; seja pai, mãe, professor, amigo. É perceptível que muitos
comportamentos da sociedade são, de fato, guiados pelo poder de influência de
outrem. Suponhamos um aluno exemplar que, influenciado por seus amigos, mata
aula na escola, por mais que não tenha vontade e que nunca tenha passado por
tal experiência antes. É claro que o comportamento do aluno foi totalmente
induzido e modificado pelos colegas.
De acordo com French e Raven,
existem seis tipos de poder de influência altamente observáveis na sociedade. Poder de coerção (ameaças e punições); poder de recompensa; poder legítimo
(o indivíduo que sofre a influência reconhece a legitimidade existente nas
ordens); poder de conhecimento
(confiança no conhecimento do dominador); poder
de referência (referência positiva) e, por fim, o poder de informação (poder de convencimento com base na
informação).
Com base em tais
poderes, existem três formas de se executar o processo de persuasão.
1) O
princípio do contraste
2) A
regra da reciprocidade
3) Comprovação
social
O
princípio do contraste baseia-se na
capacidade do indivíduo em apresentar uma situação mais grave da cometida por
ele, e depois expor a verdade, a fim de amenizar seu próprio erro. Suponhamos
um exemplo de um jovem que chega a casa e diz que bateu o carro do pai e houve
um grande estrago. Provavelmente, o pai irá ficar muito bravo. Após isso, o
jovem explica que foi apenas um pequeno arranhão. Isso deixará o pai mais
calmo, e, portanto, ele tenderá a pensar que o erro do filho foi mínimo, sem
necessidade de punições.
A
regra de reciprocidade diz que a
influência ocorre quando passamos a ideia de necessidade de retribuição a
outrem. Por exemplo, quando uma menina pede um vestido emprestado à irmã com a
desculpa de que ela mesma já havia emprestado um sapato na noite anterior e que,
portanto, a irmã tem a obrigação de emprestar-lhe o vestido também.
A
comprovação social é baseada na
pressão social que alguns indivíduos exercem sobre o outro, a partir do momento
em que demonstram que existem outros indivíduos que concordam com ele, isto é,
a “maioria” influencia a pessoa a agir de determinada forma. Aqui podemos
incluir o exemplo do aluno que matou aula, anteriormente citado.
Atitude!
Você tem?! A atitude é nada mais, nada menos que uma posição social (pró ou
contra) que temos em relação a uma pessoa, a um acontecimento, a um sistema e
etc. A atitude é um aspecto psicológico que também nos ajuda a explicar os
inúmeros comportamentos humanos. De
acordo com Rodrigues, a existência da atitude é capaz de influenciar o modo que
um indivíduo irá se comportar, visto que é distinta para todas. Isso acontece
da seguinte forma: Primeiramente há o componente afetivo que ativa tal
sentimento a favor ou contra determinado objeto social. Em seguida, ocorre a
formação de pensamentos em relação ao objeto e, por fim, a resposta
comportamental do indivíduo que é compatível ao sentimento inicial.
Para
finalizar, o capítulo 8 de “Psicologia social para principiantes: estudo da interação humana” aborda uma questão
interessantíssima. O que nos faz ser agressivos ou altruístas? Será uma má
índole, nossa educação, nossa mente, nosso corpo ou nosso cérebro? Ou,
simplesmente, nenhuma das outras opções? É com base nisso que iremos refletir!
O comportamento
agressivo é resultado da intenção de ferir alguém. O que causa esse impulso? De
acordo com o texto, existem inúmeras causas a serem atribuídas a tal fenômeno.
Causas psicológicas, neurológicas, sociológicas, ambientais, etc., no qual
estão inseridos métodos como a aprendizagem. Do meu ponto de vista, a
agressividade, apesar de parecer o contrário, é um processo complexo no qual
estão envolvidos muitos fatores de alta relevância. Primeiramente, como defendo
há alguns posts, acredito que os fatores situacionais e experiências vividas
pelo individuo possuem uma relação diretamente proporcional à agressividade,
isto é, as condições psicológicas e ambientais propicias à agressividade,
causam forte influência no desenvolvimento desta na pessoa. Além disso, a
educação recebida é um fator que afeta na personalidade de todos nós e que,
portanto, pode, também, propiciar o surgimento do comportamento agressivo.
Imagine um garoto que sofre abuso físico de seu padrasto. Essa situação é
demasiadamente chocante e forte para o menino, fato este que pode causar o
desenvolvimento de tal comportamento agressivo, mesmo que o garoto não tenha
intenções iniciais de causa mal a outrem. Neste exemplo, entra também a questão
da aprendizagem, isto é, uma sucessão de ações agressivas contra o menino podem
ser assimiladas e aprendidas. Por fim, acredito que o comportamento altruísta
segue os mesmos princípios.
De fato, somos
influenciados por muitos fatores que determinam nosso comportamento na
sociedade independente da nossa vontade. E é a psicologia social que nos ajuda
a entender melhor tais aspectos tão presentes em nossa vida. No entanto,
acredito que a auto-reflexão é um processo de relevância, o qual devemos
executar todos os dias, a fim de que possamos entender o que se passa conosco
e, dessa forma, evitar algum conflito que venha a surgir nas interações com
outros seres humanos.
Será que, de fato,
somos capazes de parar e controlar nossos atos sem a influência sem a
influência de fatores sociais e psicológicos? De que forma isso seria possível?
E como utilizar isso para o bem e não para o mal? Pense a respeito e deixe seu
comentário.
“Muitos comportamentos de ajuda
podem ser aprendidos”
Rodrigues, A. (1992)
Abaixo seguem dois vídeos que dizem respeito à capacidade de convencimento dos indivíduos, e outro sobre preconceito, esteriótipo e discriminação.
Fonte: Youtube
Postagem: 18/10/13
Referência: Rodrigues,
A. (1992) Psicologia social para principiantes:
estudo da interação humana. Rio de Janeiro: Vozes.


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