sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Aprendizagem.


Olá caros leitores,
O blog de hoje vai tratar sobre técnicas de aprendizagem, mais especificamente, o sistema de instrução personalizado e monitorizado ou programado (PSI) proposto por Fred Keller. Serão discutidos os princípios deste sistema e se, de fato, é eficaz ou não. Mesmo antes de ler sobre essa técnica, você acredita que há alguma maneira de fazer com que o processo educacional seja melhor absorvido? Boa leitura!

O texto PSI - The Keller Plan Handbook (Keller, F.S; Sherman, J.G) trata sobre o sistema de instrução personalizado e monitorizado ou programado (PSI), um sistema baseado no Plano de Brasília criado na própria Universidade de Brasília (UnB). O PSI consiste tem por base os reforços e defende que cada aluno deve ter seu próprio ritmo durante o processo de aprendizagem. Basicamente, o sistema conta com a participação, além do professor, de monitores, assistentes e um instrutor. Essa disposição dá maior oportunidade ao aluno para expandir seus estudos, tirar dúvidas e conseguir compreender melhor o conteúdo abordado. Além disso, o curso que tem por base esse sistema conta com várias etapas, incluindo leituras, estudos, palestras, exposições, testes e provas finais, onde cada aluno as conclui no seu tempo, isto é, cada aluno cumpre cada etapa à medida que se sente preparado. Portanto, recebem atenção individualizada. Em cada etapa são avaliados e aconselhados pelos ajudantes sobre o conteúdo e sobre a continuação no curso, ou seja, têm a todo momento apoio deles.  Keller e Sherman descrevem o modelo por meio de algumas características:
“Há uma análise e organização da matéria no inicio; há a especificação de objetivos; há a previsão para a progressão individualizada, enquanto cada etapa básica for dominada, e há feedback para o instrutor, permitindo-lhe melhorar seu programa”. (Keller, F.S; Sherman, J.G, pg.5)

No que diz respeito à teoria do reforço, os autores dizem que os alunos e até mesmo os monitores, instrutores e assistentes respondem a reforços que são provenientes de reações do comportamento. Por exemplo, a punição a um comportamento pode causar um desestímulo aos reforços anteriormente apresentados. Tais reforços podem ser tanto secundários quanto aversivos condicionados. Os primeiros reforçam comportamentos e os segundos são aversivos ao comportamento (punição).
A meu ver, este sistema auxilia, de fato, o sucesso do processo de aprendizagem pelo simples fato de adaptar todo o conteúdo e todas as técnicas de ensino ao tempo próprio do aluno. Além disso, a disponibilidade de vários tipos de ajudantes faz com que o aluno tenha diversas fontes de conhecimento e de suporte, visto que cada um dos monitores, instrutores e assistentes tem uma função específica e, portanto, tem a capacidade de dar a atenção especial que cada um dos alunos necessita. Mais do que isso, é feito um trabalho sincero sem nenhum tipo de concorrência ou inveja, é, como dizem os autores é feito do “fundo do coração”.
 Porém focando-se em termos mais específicos o sistema não aborda somente conceitos técnicos, mas psicológicos, como a questão do estudo do comportamento e de estímulos que são fundamentais em qualquer atividade que o ser humano executa, principalmente na aprendizagem abusa do uso da mente e do cérebro. É necessária a utilização de métodos que se foquem nisso. O problema está quando mestres e professores acreditam que uma explicação rápida na lousa é suficiente e que, a partir disso, é função individual do aluno estudar e fazer a prova final, afinal, sabe-se que muitas vezes este método não funciona e o conteúdo “aprendido” é logo esquecido após a prova. Não é para menos que os autores citam algumas vantagens: “Domínio da aprendizagem, ritmo próprio, ênfase na palavra escrita, alunos monitores e uso de aulas para motivar, ao invés de fornecer informação essencial.” (Keller, F.S; Sherman, J.G)   

                     

Diante do que foi exposto, como você avalia o método de aprendizagem ao qual você foi submetido? Se tiver sido diferente do PSI, você acredita que poderia ter absorvido melhor o conteúdo que era ensinado ou não? Mas, afinal, será que é o método de ensino que interfere no modo que o aluno aprende ou é sua própria capacidade cognitiva, emocional e mental? Reflita sobre isso e deixe seu comentário!
Até a próxima postagem!
Para melhor compreensão sobre o sistema, aconselho a leitura do texto, segue o link: https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=sites&srcid=ZGVmYXVsdGRvbWFpbnx1bmJwc3l0dXJtYWd8Z3g6NjhmM2MwMTJhNmY0MzViZQ

Data de postagem: 13/12/13

Referência: KellerF.S.; Sherman, J.G. (Orgs.) (1975) PSI - The Keller Plan Handbook. Menlo Park, CA, W. A. Benjamin

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

A coragem covarde.


Olá caros leitores,
Já passou pela sua cabeça, mesmo que ligeiramente, cometer suicídio ou praticar algum ato violento com si próprio? Ou conhece alguém que já o fez ou já tentou fazê-lo? Como lidar com este tipo de situação? É sobre isso que iremos discutir hoje! O suicídio, suas causas, as formas de ajudar pessoas a lidar com essa questão e mais, sobre uma instituição específica (CVV – Centro de Valorização da Vida) que se propõe a esse papel, mesmo com pessoas desconhecidas. Boa leitura!


O texto “Prevenção do Suicídio: Um relato da Capacitação dos Voluntários do Centro de Valorização da Vida (CVV) no Município de Porto Alegre” trata sobre o tema do suicídio, descrevendo abordagens teóricas, causas e formas de auxílio às pessoas que sofrem com esse sentimento autodestrutivo. De acordo com Venturela, o suicídio é um fenômeno não causado por fatores intrínsecos aos indivíduos, mas sim aos extrínsecos a eles, como valores e padrões que fazem parte do meio social no qual estão inseridos. Este problema afeta muitas pessoas no Brasil, tanto os que cometem os crimes contra si mesmos, quanto às pessoas que os cercam. Dessa forma, é necessária a criação e manutenção de organismos governamentais e não governamentais que auxiliem projetos sociais a fim de combater tal estatística. Veremos mais adiante uma instituição sem fins lucrativos especializada neste caso, mas antes vamos entender melhor o que é o suicídio.
Ainda segundo o texto, o suicídio pode ser entendido por meio de três abordagens teóricas: sociológica, psicanalítica e humanista. A primeira defende que a ideia, anteriormente citada, de que o ato é resultado de uma influência do ambiente social no qual está inserido o indivíduo. Esta abordagem contemplou três tipos de suicídio, são esses: suicídio egoísta, altruísta e anônimo. O egoísta ocorre que quando as pessoas pensam apenas em si mesmas. O altruísta ocorre quando as pessoas também pensam em si, mas estão inseridas em um grupo social. Já o anônimo, as pessoas não estão inseridas em um grupo social, mas dão valor apenas às questões externas a elas. Isso é denominado pela autora como anomia, um fenômeno que ocorre quando o individuo não entra em consonância com as normas da sociedade.
A abordagem psicanalítica, por sua vez, apresenta o conceito da melancolia, estado psicológico responsável pela prática do suicídio, isto é, o sentimento de perda e o luto incentivam às pessoas a cometerem o suicídio.
Já o olhar humanista, abordagem defendida pela autora, defendem a Abordagem Centrada na Pessoa, ou seja, teoria que diz que cada ser humano é responsável por seu próprio crescimento e desenvolvimento, quando livre de ameaças. Defenda ainda a tendência atualizante, que diz que “o indivíduo que pensa em suicídio estaria momentaneamente caminhando na contramão de seu instinto para a vida” (Venturela, P.D. (2011). Nesse sentido, são citadas certas características demonstradas pelos indivíduos: autodeterminação, autorealização, percepção da realidade objetiva, autoconceito e incongruência.
Para tanto, a autora cita ainda outro componente da Abordagem Centrada na pessoa (ACP) essencial para a ajuda às pessoas que já consideraram ou consideram a morte como a última solução. Esse componente é a Relação de Ajuda que propõe condições para facilitar o diálogo entre as pessoas necessitadas e os voluntários. A primeira é a compreensão empática que defende que o ajudante deve se inserir completamente no mundo do outro para conseguir refletir e entender o que este sofre para, dessa forma, ajudá-lo. No entanto, não deve esquecer o seu “eu”, isto é, é algo momentâneo. A outra condição é a consideração positiva incondicional que diz que o ajudante tem de aceitar, não necessariamente aprovar, o que o outro diz.  E por último, mas não menos importante, é a congruência, a condição em que o facilitador deve ser verdadeiro para com seu necessitado.
Após este breve resumo do texto, inicio a exposição do meu ponto de vista acerca do assunto. Acredito no poder da mente e na influência do meio social o qual convivemos diariamente. O ser humano é suscetível a consumir coisas boas e ruins, principalmente ruins, que estão constantemente a sua volta. Portanto, defendo que experiências e contextos por nós vividos são capazes de mudar nossa mente e pensamento, de forma a nos levar a condições extremas, como a nossa própria morte. Dessa forma, não há melhor forma de combater o suicídio se não com tratamentos que trabalhem com o poder da mente, visto que é ela que absorve os impactos negativos da sociedade e, portanto, do meio externo. Neste ponto também se insere a questão defendida pela abordagem psicanalítica, isto é, a melancolia. Esse espírito de estado nada mais é que um sentimento frustrante advindo de um choque externo ao indivíduo.
No que diz respeito às técnicas de ajuda, acredito que são convenientes, visto que propiciam condições aos ajudantes para se assimilarem aos necessitados, a fim de entenderem o que se passa em suas mentes, uma vez que essa é a melhor forma de ajuda. Os ajudantes devem           “sentir” tais sentimentos, pois só assim são capazes de impulsionar os necessitados a promoverem sua própria cura. Tais ensinamentos são utilizados no Programa CVV de Prevenção do Suicídio do Centro de Valorização da Vida que é uma instituição sem fins lucrativos que se propõe a ajudar aqueles que necessitam de ajudas mentais. Os candidatos a voluntários passam por inúmeros processos de treinamento para aperfeiçoarem a impessoalidade e pessoalidade nas sessões. 
“Dentre os vários motivos de sofrimento, um dos mais citados é a solidão, podendo estar associada ao abandono de fato. A razão não importa aos voluntários, que não as deve mensurar, mas, sim, ir ao encontro deste sofrimento, colocando-nos lado a lado da outra pessoa” (Venturela, P.D. 2011. Pg.42)

Se suicidar é coisa séria, é um problema de saúde pública e não tem volta.  É possível curar tais pensamentos negativos e frustrantes, mas nós seres humanos não conseguimos tais proezas sozinhos, é necessário ajuda. Para tanto, cabe ao governo promover a criação de novas instituições que tenham este objetivo.
O que deve passar na cabeça de alguém prestes a se matar? O suicídio é algo racional ou puramente emocional? De que forma é possível curar uma mente transgredida por influencias negativas do meio social (sociedade)? Deixe seu comentário e até a próxima postagem!
Segue abaixo um pequeno vídeo sobre o CVV.
                               

Data de postagem: 06/12/13

Referência: Venturela, P.D. (2011) Prevenção do Suicídio: Um relato da Capacitação dos Voluntários do Centro de Valorização da Vida (CVV) no Município de Porto Alegre. Monografia. UFRGS.